21 agosto, 2006

Oficialmente Licenciada!


Estou oficialmente licenciada. Isto significa que estão a ler o blog de uma Excelentíssima Senhora Escultora (que era como vinham endereçadas as cartas que em tempos recebi da Gulbenkian, por motivos que aqui interessam pouco. E já nessa altura me dava imenso gozo o título!).
Foram sete longos anos dentro das paredes do Convento de São Francisco (vulgo Faculdade de Belas Artes), a fazer um curso que era de cinco anos (atrasei-me um bocadinho...). Entretanto o edifício foi envelhecendo, como tudo o resto.
De repente, nestes últimos meses, a escola enche-se de andaimes e tapumes, há pó pelo edífico todo, até no andar de Design que é por definição o mais imaculado que se arranja para aqueles lados. Há homens das obras a contruírem estranhas paredes no pátio, a reprografia fica quase inacessível... enfim, o caos.
Olhando para tudo isto não consigo deixar de me sentir como a linda cariátide que esteve para ali a sustentar as paredes do templo, e que não se consegue ir embora sem que o edifício caia aos bocados. Faz-me confusão que os espaços que me são familiares mudem quando eu não estou lá, e é bem provavel que a escola fique diferente e que já não a reconheça quando passar por lá daqui a uns tempos. Mas é sem remorso. Sete anos fartam uma pessoa.
É tempo de ir embora.
I have officialy graduated! This means you are reading a sculptor's blog. It has been seven long years inside the Convent's walls (Convento de São Francisco is the Saint Francis(?) Convent, wich is today the Fine Arts University in Lisbon), doing a five year long course. In the meanwhile the building got older, like everything else.
Suddently, in the last months, the University has some restauration works going on. There's dust everywhere and scaffolds and men... its the caos.
Looking back i cannot avoid feeling like the lovely caryatid that cannot leave the temple without meaning its destruction. I don't like when my familiar places change without my presence, and maybe this university will look very diferent from now on. But I feel no regret. Seven years are too much.
Its time to go.

17 agosto, 2006

Personificações

Tenho andado a pensar que se a menstruação personificasse numa pessoa podia ser assim como esta senhora. Não é nada de novo aliás, se não me engano a Evax ou a Ausónia fizeram uns anúncios na TV com uma personificação da menstruação aqui há uns anos...
Eu se a visse dizia-lhe "Ande lá com isso, arranque-me o rins duma vez!". Para quê tanta cerimónia, não é?
If there would be a personification of menstruation, i guess it could look like this lady here. This is really nothing new, Evax or Ausonia (sanitary napkin brands) have made a comercial with it on TV some years ago... If i saw this lady i'd just tell her "Oh come on, pull my kidneys out, once and for all!".

Kits

Há algum tempo andei a fazer berloques para o cabelo da minha prima-noiva. Foi uma altura em que me especializei em fios de nylon, fios de arame, alpaca e tudo o que era missangas-tom-de-pérola, brancas, transparentes e ainda as pérolas falsas de todos os tamanhos, feitios e tonalidades. Nessa altura por acaso, em conversa com uma amiga, surgiu o conceito de kit-noiva. Era uma possivel ideia para um possivel trabalho conceptual, não muito o meu género, mas que era constituido exactamente pelos mil saquinhos que eu levava sempre comigo, cheios de missangas e perlimpimpins, sempre à procura do tom perfeito.
O casamento passou mas a ideia dos kits ficou. Hoje lembrei-me deste.
(Esta é daquelas ideias que eu só tenho uma vez por mês... felizmente)

15 agosto, 2006

Molas

Quando estou a tirar roupa da corda e não tenho bolsos nem cesto para pôr as molas (que acontece frequentemente) vou pregando as ditas à minha própria roupa, para ter as mãos livres. É comum sair de lá com a borda da t-shirt cheia de molas, e quando isso não chega, na saia/calças... até parecer um cacto!
When i'm taking the dry cloths out of the washing line and i don't have pockets or a basket to place the pegs (clothespins) I ususaly peg them to my own cloths, so i can keep my hands free. It's comon to end up full of them... until i look like a cactus!

14 agosto, 2006

Pequena felina, preta e branca, e com uma fome voraz!

Esta é a minha gata, quando abre a goela. Sem tirar nem pôr!
This is my (female) cat, when she opens her throat.

Alice à conversa com Gato de Cheshire

Há algum tempo fiz, entre outras Alices, esta que tem um gato, para dar a um amigo. Desse dia até hoje estive indecisa em mandá-la, ora porque não gostava muito dela, ora porque gostava demais...
Já chega de indecisões, hoje segue caminho.

13 agosto, 2006

Páginas antigas


Há cerca de uns dois ou três anos comprei na Feira da Ladra um livro para esfrangalhar. Procurava um livro de páginas amarelecidas para poder desenhar por cima. Na altura não me interessava pelo autor, nem mesmo pelo texto, e acabei com um livro de contos na mão (que nem li para não me afeiçoar demasiado).
Experimentei rabiscar numa ou duas páginas, o suficiente para perceber que a mancha de texto era demasiado forte para o meu traço... Ficou a experiencia. Em todo o caso não era nada de novo: Vi trabalhos com a mesma lógica no blog da Patricia Metola. Vale a pena ver o blog dela!

Flor


Flor de arbusto decorativo muito comum nos nossos jardins. Não lhe consigo saber o nome... a minha mãe arrisca Rodoendro. Esta era cor-de-rosa, mas também há branco.
Post Scriptum: Fico a saber que em francês é Rhododendro, mas também consigo resultados na net pela palavra Rhododendron. Obrigada Claire!

Uma (possível) estória de amor. Em três actos



PLOF!

fim

12 agosto, 2006

Príncipe sapo: versão simpática

Este é um desenho que fiz há cerca de um mês e só colori agora. A saia da princesa é inspirada na de uma menina de um livro que tive em pequena, chamado Amnésica, a menina esquecida.

What's the point of being a Princess if you don't get to use a crown everyday?

Ainda era pequenina quando descobri que ainda existem reis e rainhas neste mundo. Na altura fiquei algo surpreendida pelo facto dos mesmos terem um ar tão banal... afinal para quê ser princesa se não se pode usar a coroa todos os dias??
I was a little girl when i discovered that there are still kings and queens in our world. I was surprised by the fact that they all looked so normal... after all, what's the point of being a princess if you don't get to use a crown everyday?

Das nuvens que nos perseguem

11 agosto, 2006

Cor-de-Rosa de Neve

No jantar de aniversário de uma amiga, que por acaso gosta de cor-de-rosa, uma outra amiga convidada resolveu apresentar uma versão da Branca de Neve em que a nossa aniversariante era protagonista: A Cor-de-Rosa de Neve.
A estória estava hilariante, incluía uma cidade cinzenta que se tornava cor-de-rosa e sete homenzinhos cor-de-rosa... ah, e no fim um garboso Príncipe trajando rosa!!
Hoje quis desenhar a nossa heroína. De notar o promenor mui importante dos sapatinhos com bolinhas (outro pormenor que ela muito preza na roupa...)
Nota: Fui investigar a indumentária da Branca de Neve do Disney, e não é que a miuda é garrida? Saia amarela, corpete ajul e capa vermelha... se esta última fosse magenta eu arriscaria perguntar: Quem foi a alminha que vestiu a miúda com as três cores primárias?? Raio de ideia...
In a friends birthday dinner, of a girl who likes pink, one friend made up a version of Snow White in wich the birthdaygirl was the hero: Snow Pink. The story was very funny, passed in a pink town, with the seven pink dwarfs and even a prince wearing pink! Please notice the little spotted pink shoes... it has a good deal to do with our Snow Pink fashion taste...
I did some research on the Snow White dress colors and reached the conclusion she is wearing 3 of the primary colors: yellow, blue, red (magenta). Yack! Who the hell dresses that combination?!

10 agosto, 2006

Príncipe Sapo

At length he (the frog) said, "I have eaten and am satisfied; now I am tired, carry me into thy little room and make thy little silken bed ready, and we will both lie down and go to sleep."
The King's daughter began to cry, for she was afraid of the cold frog which she did not like to touch, and which was now to sleep in her pretty, clean little bed. But the King grew angry and said, "He who helped thee when thou wert in trouble ought not afterwards to be despised by thee." So she took hold of the frog with two fingers, carried him upstairs, and put him in a corner. But when she was in bed he crept to her and said, "I am tired, I want to sleep as well as thou, lift me up or I will tell thy father." Then she was terribly angry, and took him up and
threw him with all her might against the wall. "Now, thou wilt be quiet, odious frog," said she.
Pode ser a minha costela sádica, mas não paro de me deliciar com a ideia de a princesa atirar o sapo à parede. O excerto foi retirado daqui.
The ideia of the princess trowing the frog against the wall delights me! The text came from here.

Pinga-amor

I'm not quite sure but i guess i could translate this to "Love-dropper"

Para a Isabel




Hoje a minha amiga Isabel faz anos. Para o efeito comecei a fazer há muito tempo este elefantinho voador (com caixa e tudo!) porque ela disse que coleccionava elefantes. Hoje finalmente acabei-o... na verdade não precisava de ter demorado tanto mas aconteceu assim.
Parabéns Isabel!!!
NOTA: Ele é de facto muito pequeno, a caixa tem na sua maior face 5cm quadrados. O bicho foi feito com massa de modelar para crianças DAS PRONTO (compra-se nos supermercados mas há uma chamada DARWI que não se vende em todo o lado mas é de qualidade superior). Foi depois esculpido, lixado e por fim pintado com acrílicos, no caso foram Van Gogh mas preferia ter usado uns chamados Amsterdam... A caixa foi feita com paper de aguarela Fabriano Watercolor 300 gr e pintado com as minhas inseparáveis aguarelas Van Gogh+Rembrant. E aqui têm a ficha técnica!

06 agosto, 2006

Nazaré

Nunca desenho tanto quanto gostaria.
Aproveito uma pausa nas minhas micro férias para aqui pôr alguns desenhos que fiz na Nazaré, de algumas plantinhas que apanhei perto de casa. Fiz um workshop de ilustração ciêntifica há uns meses e desde aí que me ficou o bichinho de desenhar plantas..
O primeiro foi um raminho de alecrim.
O alecrim foi um pouco complicado com aquelas folhinhas todas, por isso procurei qualquer coisa diferente e peguei nesta cabecinha de flores. Não faço ideia de que planta seja e nem sequer escolhi um pedacinho muito representativo. Estava quase tudo seco.
Esta espécie de espiga despenteada é muito áspera nos dedos e é daquelas que dá para destacar em partes que depois dão para atirar às camisolas das pessoas. Ao vivo era mais bonita.
Por último desenhei esta Arruda (o nome foi-me dito por uma amiga), acho que foi o desenho que funcionou melhor. Esta plantinha é curiosa porque manda um pivete fantástico quando é pisada ou arrancado algum bocadinho. É tida como espanta-bruxas, mas acho que funciona lindamente com melgas também! Fiquei com vontade de ter uma em casa...

03 agosto, 2006

Leitura para férias

Gostar de ilustração, para mim, significa também estar interessada em tudo o que tenha a ver com contos, com a matéria que se ilustra. Na semana passada comprei este livro, que já há muito que me foi recomendado por mais do que uma pessoa. Chama-se Psicanálise dos Contos de Fadas, do austríaco Bruno Bettelheim e está editado em Portugal pela Bertrand.
Dele retiro esta passagem deliciosa sobre a vida eterna e o amor: (...) os contos de fadas põem o problema do desejo da vida eterna, concluindo ocasionalmente: "Se eles não morreram, ainda estão vivos." Outros acabam assim: "E viveram felizes para todo o sempre." Contudo não levam a criança a acreditar, nem por um instante, que a vida eterna é possível. Mas indicam a única coisa que pode suavizar os estreitos limites da nossa passagem por este mundo: a formação de uma ligação verdadeiramente satisfatória com outrem. Os contos de fadas ensinam que através das ligações afectivas com outra pessoa atingimos a suprema segurança emocional e conseguimos as relações mais permanentes que estão ao nosso alcance; e só isto pode dissipar o medo da morte. Se encontrarmos o verdadeiro amor adulto, diz-nos também o conto de fadas, então não precisamos de desejar a vida eterna. Isto é sugerido por outro final: "Eles viveram por muito tempo, felizes e contentes."

02 agosto, 2006

Onde está o totó?

Numa casual conversa telefónica com o meu irmão mais velho começamos a falar sobre os meus desenhos das princesas e os totós (como penteado no cabelo, entenda-se). Como ex-aluno de uma escola que inclui teatro ele é ligeiramente traumatizado pelas meninas de totós, por isso dou-lhe o devido desconto...
Adoptei o penteado dos totós para as minhas princesas sem racionalizar muito sobre isso, mas esta conversa deixou-me intrigada.. haverá alguma razão inconsciente para isso? Vejamos:

Uma das únicas princesas a quem conheço totós é a Princesa Leia (e são uns totós um bocadinho totós diga-se de passagem...). Vá-se lá saber o que se passou na cabeça do excelentíssimo Lucas quando idealizou a Leia.. mas por outro lado, se eu própria me vi a desenhar princesas com totós sem sequer pensar nisso, por alguma razão foi. Agora qual...

Procuro no dicionário algum esclarecimento. Afinal O QUE É UM TOTÓ?? Em vão, o Dicionário prático ilustrado da Lello e Irmão - Editores apenas adianta: Totó (ò) s.m. Fam. o mesmo que cãozinho. E qual o meu espanto! Mas há de facto um cãozinho chamado totó! O da Dorothy do Feiticeiro de Oz!
O mistério adensa-se.


E eis que outra ideia surge na minha cabeça.. o que dizer do famoso rato Mickey? Seriam as suas orelhas inspiradas nos possíveis totós de uma possível menina? E que raio quereria isso dizer? Teriam sido as orelhas do Rato Mickey a influenciar o elaborado penteado de Leia? Ou será apenas uma ideia totó da minha parte? (que é bem provável..)
Deixo-vos com estas ideias e parto mas é para férias. Até ao regresso!


(À trela?)


Gosto de roubar algumas expressões às pessoas. Tenho uma amiga que tem uma muito curiosa, penso que se aplica para aquelas alturas em que estamos muito comovidos com alguma coisa, mas por acaso não tenho a certeza e vou-lhe perguntar.. É uma expressão que diz algo do género arrastar o nosso coração (atrás de nós? Com um fio?). Bem, desde que a ouvi que me apeteceu desenha-la de alguma maneira. Esta semana, entediada na sala de espera de um consultório, saquei do bloco e saiu isto. O desenho de baixo contém algumas variantes que pouco têm a ver com a expressão original, não liguem, os meus miolos gostam de divagar... Acho piada à do carrinho de compras!

Cocktail

Acho que foi durante a minha estadia de erasmus na Alemanha que a vontade de ilustrar nasceu. Nessa altura, sem ver televisão à noite (que era mais trabalhoso que relaxante, a tentar perceber o que eles diziam) passava os serões a desenhar ou a escrever cartas. Fui aproveitando todos os bocadinhos de papel que me sobravam para fazer, às vezes, marcadores de livros.
I guess my will for illustration was born during my erasmus exhange in Germany. By that time i spent my evenings drawing and writing letters, for i couldnt understand much of the television. I used every little piece of paper, some ended as book markers.